Biguá
Biguá: Moacir Cordeiro, mais conhecido como Biguá, chegou à Gávea em 1941. No início, ficou meio constrangido no meio de tantos craques - Zizinho, Pirillo, Vevé, Domingos da Guia. Mas em pouco tempo ganhou a vaga de titular, conquistando os jogadores e a torcida com sua garra e simpatia. Paranaense de Irati, nascido em 22 de março de 1921, Biguá chegou rápido ao estrelato, mas teve uma carreira curta para o que ainda poderia render. Revelou-se no infantil do Atlético e, mal assinou o primeiro contrato no Água Verde, foi para o Rio de Janeiro. Ao lado de todos aqueles astros, ganhou o primeiro tricampeonato do Flamengo. Além de eficiente na marcação, Biguá tornou-se um dos precursores dos laterais modernos, nisso de apoiar o ataque. Houve partidas em que chegou a atuar na ponta-direita.Se lhe faltava altura, sobrava uma elasticidade fora do comum, além de uma perfeita colocação. Parecia que cada jogo era o último, lutava como um alucinado. Com Modesto Bria e Jaime de Almeida, formou uma das linhas médias mais eficientes do futebol brasileiro. Fora do Flamengo sua estrela também brilhou. Foi assim na Seleção Carioca (1943 e 1944) e na Seleção Brasileira, que conquistou o Sul-Americano em Santiago. Houve um duelo histórico, na decisão, de Biguá com o ponta-esquerda argentino Lostau, do River Plate, que se deu por vencido.Apaixonado pelo Flamengo, chegou a aceitar um convite do Corinthians, feito por intermédio de Domingos da Guia, que acabara de se transferir para lá. Mas desistiu minutos antes da viagem. Uma contusão nos ligamentos do joelho encurtou este caso de amor. A despedida foi na tarde de 3 de novembro de 1953. O Flamengo ia jogar contra o Botafogo, e Biguá, depois de posar com todo o time, deu a volta olímpica e descalçou as chuteiras em pleno campo.